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2004-10-18

António Ramos Rosa 

Eu não tenho a certeza porque foi já há muito tempo, mas poderia apostar que foi com este poema que António Ramos Rosa me cativou. Ou melhor, foi com este poema que o poeta marcou lugar na minha estante de memórias, de referências. Por isso é este o poema que aqui deixo para assinalar o seu 80º aniversário.

"Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração. "




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