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2004-10-13

Histórias da carochinha 

Temos este Governo. É o que temos, pois.
Querendo que ignoremos “ruídos” pretende que não demos importância à censura azulinha com que nos atapetam a vida. Conta com a nossa estupidez, com a nossa memória curta e com a conhecida serenidade deste povo. Está cheia de referências fascistas esta frase, não está? O nosso Governo também. Conta também com a nossa distracção para aceitar um discurso proferido em tom marcelista onde nos vende o peixe estragado por promessas vagas e desculpabilizações várias.
Nada de novo, até aqui, infelizmente. Mas, na corrente onda do contraditório, e falando de finanças que é afinal aquilo em que mais interfere connosco, este Governo não se entende. O Primeiro Ministro diz e o Ministro das Finanças desdiz. Nos écrans. Aparentemente, sem discussão prévia. Aparentemente sem o trabalho de casa preparado. Aparentemente sem conhecerem a matéria.
Nós vamo-nos aguentando. Não compramos o peixe, mas o seu cheiro incomoda-nos e ameaça propagar-se à sanidade que julgamos manter.
Acenam-nos com a retoma, mas os nossos bolsos continuam a ficar vazios antes do tempo, por muita ginástica estomacal que façamos. Agitam a bandeira das reduções fiscais e dos aumentos salariais mas nós já ouvimos dizer que o Ministro das Finanças não é mágico.
Procuram fugir aos ruídos, mas o barulho ensurdecedor do desemprego, da precariedade, da pobreza, do analfabetismo, do desalento não nos deixa dormir, por mais que contemos a história da carochinha aos pequenos lá de casa.
Este Governo já me cansa. O próximo também. Mas afinal dar a volta a isto não está nas nossas mãos?
Mesmo sem príncipes e princesas, queremos viver felizes para sempre.




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