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2004-10-26

Vamos brincar à caridadezinha 

Então não é que vivemos mesmo uma revolução?!
A julgar pelos acontecimentos mais recentes, isto fazendo por esquecer outros não tão passados como gostaríamos, poderíamos acreditar que vivíamos ainda no tempo da outra senhora. Mas não. A revolução fez trinta anos.
Mas a que propósito vem esta chata agora aborrecer-nos outra vez com a conversa da revolução?, perguntam os mais distraídos. Pois bem, para além de ser de extrema importância relembrar aquilo que não queremos que se esqueça, tenho finalmente nas minhas mãos o “Vamos brincar à caridadezinha”. E mais outras quarenta fantásticas canções. Tudo acordado sem esforço na memória de quem cresceu neste ambiente da revolução feita festa.
O CD é duplo. A escolha foi decidida apenas por esta faixa, que muitas outras colectâneas me piscavam o olho rebelde.
Esta, actualíssima, do José Barata Moura, conta assim, resumidamente:

Vamos brincar à caridadezinha
Festa, canasta e boa comidinha
Vamos brincar à caridadezinha

A senhora de não sei quem
Que é de todos e de mais alguém
Passa a tarde descansada
Mastigando a torrada
Com muita pena do pobre,
Coitada

Vamos brincar à caridadezinha
Festa, canasta e boa comidinha
Vamos brincar à caridadezinha

Neste mundo de instituição
Cataloga-se até o coração
Paga botas e merenda
Rouba muito mas dá prenda
E ao peito terá
Uma comenda

Vamos brincar à caridadezinha
Festa, canasta e boa comidinha
Vamos brincar à caridadezinha

O pobre no seu penar
Habitua-se a rastejar
E no campo ou na cidade
Faz da sua infelicidade
Algo para os desportistas
Da caridade

Não vamos brincar à caridadezinha
Festa, canasta e a falsa intençãozinha
Não vamos brincar à caridadezinha




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