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2004-11-03

Absolvição 

Mas a mudança faz-se devagar, dia após dia, na vida e na consciência de cada um de nós.
"Aos 17 anos é-se uma menina", lembrou a juíza que absolveu a jovem que confessou ter feito um aborto, como tantas outras sozinha e em condições que, só por si, a marcarão para sempre.
Esta absolvição é um sinal positivo de mudança. Mas não resolve nada, por si só. O julgamento destes casos é um absurdo e esta absolvição não nos pode fazer descansar.
Mais uma vez escrevemos aqui sobre o aborto. Porque mais uma vez uma mulher foi julgada em tribunal por o ter feito. Porque todos os dias há mulheres que são forçadas, por algum motivo, a fazê-los.
Desta vez, correu bem, judicialmente falando. Mas correr bem, em verdade absoluta, seria este não ser um assunto.
Com Bush como polícia do mundo, outra vez, os seus pequenos servidores continuarão a sentir as costas quentes para poderem continuar de olhos voltados noutra direcção, que não a do sofrimento alheio e individual, agarrados aos seus preconceitos bacocos, ao seu egoísmo, aos seus sofás confortáveis, aos seus princípios gordurosos.
Aos 17 anos é-se uma menina. Em qualquer outra idade é-se uma menina, uma mulher, um homem, e esta decisão nunca é fácil, a sua concretização menos ainda.
Que isto valha alguma coisa.




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