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2004-11-12

Morreu Yasser Arafat 

Já tinha escrito sobre Arafat. Poucas palavras, que mais não eram necessárias. Continuam a não ser, mas insiste esta minha vontade.
Morreu um homem. Mas com esse homem morreu o símbolo da luta por valores defendidos de forma coerente. Morreu o Presidente do Estado da Palestina, título que soube merecer na sua condição de homem imperfeito.
Com a morte deste homem, anunciada antes de o ser, reacende-se a dúvida, o medo, a confusão. Adivinha-se o descalabro, a nova luta por uma liderança que ele conquistou com pulso firme.
Enquanto, ansiosos, esperamos estar enganados em relação à cor do futuro que nos aguarda, aqui deixo um soneto do Ary, com que tomo a liberdade de me despedir de Yasser Arafat:

Meu irmão que morreste não foi hoje
que amanheceu a nossa madrugada
tu tens o que viveste mas quem foge
continua sem corpo e sem morada

De todas as palavras que me deste
Apenas uma fica murmurada:
Onde estás liberdade que perdeste
Quando a libertação foi decretada?

Talvez naquele gesto tão distante
Em que arriscaste tudo na partida
Meu irmão camarada suicida

Aqui neste lugar e neste instante
Nenhuma voz nos deve ser bastante
Não vale a morte quanto pode a vida.




1 Além disso...
Comments:
http://www.livejournal.com/users/guerrilheiro

Nestes dias, em que tanto se fala de Yasser Arafat, falemos do povo palestiniano. Não retirando mérito ao papel que Arafat sempre teve na luta do povo palestiniano devemos perceber que esta e Arafat não são sinónimos. A morte do dirigente palestiniano não significaria o fim da luta e há muita gente pouco interessada em chegar a esta conclusão. O fim da luta travada pelo heróico povo palestiniano está dependente do seu efectivo exercicio do direito à independência, à liberdade e à determinação popular.

Uma criança, Iman Al Hams, de 13 anos, morreu abatida por um Comandante do Exército Israelita a caminho da escola. Os soldados alertaram o Comandante que era uma criança e este, não fazendo caso, disparou para as pernas. De seguida, disse que ia "confirmar a morte", que na gíria do exército israelita significa matar o ferido, dando-lhe dois tiros na cabeça, afastando-se de seguida para descarregar instantaneamente todas as balas no corpo de Iman.

É esta a paz que Israel pretende. São estes os terroristas que Israel diz matar. Cabe a nós dizer a verdade que nenhum órgão de comunicação social diz, cabe a nós desenvolver acções de luta e solidariedade para com o povo palestiniano.

Palestina livre! Intifada vencerá!

http://electronicintifada.net/v2/article3260.shtml
 
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