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2004-11-11

República do Gerúndio 

Cirandando pela blogosfera nesta noite de insónia, e dedicando-a especialmente às terras além do Tejo, encontrei um Alentejo vivíssimo e pululante, quase como no tempo da Reforma Agrária, com a diferença de que agora a reforma é outra.
Entre muita coisa interessante –textos, fotografias, expressões desenterradas lá do canto da cavalariça mais escura- encontrei aquilo que me fez sorrir e serenar: o Alentejo descrito como a República do Gerúndio.
É que é apanágio desta província falar assim ao mesmo tempo que se “cantam” as palavras. “Estou conversando” transmite muito mais calma e continuidade do que “Estou a conversar”; ninguém contesta, pois não?
Nesta “República do Gerúndio” a vida parece arrastar-se ao ritmo a que se conjugam os verbos, sob o famoso sol escaldante, na mais do que conhecida planície. Mas isso era dantes. Estes blogs que, para mim, são, neste momento, o retrato mais fiel a que tenho acesso, já que o “meu” Alentejo continua a ser o da calmaria, o da casa dos avós, o do lume aceso, o da linguiça a pingar no pão, vieram mostrar-me que o Alentejo é muito mais do que isso, pulsa mais do que nos apercebemos. E ainda bem.
Para nós, aqui no bulício da cidade grande, parece que tudo o resto é pequeno e atrasado. Como somos nós próprios atrasados. Ou eu, obviamente.
O Alentejo cresce, aparece. Chega de o considerar província, no seu sentido quase pejorativo.
Tem avondo!




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